Mar que se confunde com um olhar, o azul do cantigo da alegria, da demência da noite e da metáfora da madrugada nas sílabas do vento. Os teus verbos edificam os acentos da paixão, verbos que anseio escutar no ponto do luar. A tua beleza leva-me a sonhar, a desejar o desejo de querer o pecado, a mergulhar num ritual indescritível de sedução e de prazer. Perturba-me, confunde-me, enlouquece-me.
Os teus olhos são a voz do teu corpo, são luzes no farol que me tentam seduzir a ti, um olhar feiticeiro de envolvência que me domina, que fala por ti com toda a entrega e carinho. Os teus olhos dizem coisas que eu quero acreditar. Não sei o que sentimos, talvez um desejo perverso de fazer nossos corpos o universo e tornar real a paixão que pelos gestos e palavras fazes sentir. Sei que és presente, sei que existe uma força que me obriga a dizer "quero-te".
Quero demorar-me, conjugar-te, descobrir-te, entender-te como uma nova rima, um novo verso, perfeito profano partilhado. Puríssimo olhos, puríssima expressão de uma beleza que me rasga a razão e me embaraça o coração, me tira a calma e me enche a imaginação. Não posso olhar para ti, não tenho essa sorte, a tua beleza leva-me ao pecado, mas a essência leva-me à paixão e a uma realização da nossa união. O sussurrar do coração, o instinto talento das emoções, a compreensão da vida e dos interesses do Humano, o teu toque imprescindível a tua paz que alivia a alma, e faz florir cada canto do nosso mundo, no espalhar da tua presença. Gostava de viver, deixar bater o coração no compasso da paixão, receber os teus beijos de sal sob o sol nascente da nova aurora e tocar no jardim do Eden quando os teus serenos lábios nos meus se perderem. O tempo é o nosso aliado e será a testemunha da doçura, carinho, intelecção e ventura envolta na ciência do pulsar ardente dos nossos corpos, luz da neblina sedução, alegria e emoção.